segunda-feira, 26 de outubro de 2009

o poder da palavra...

Eu atirei palavras contra todos aqueles que queimaram os livros de nossa história,
A tirania torpe dos ignorantes matei com versos,
O analfabetismo funcional criado pela deliberação CEE 09/97 massacrei com a voz de um adulto excluído do mercado de trabalho,
Assim, através da palavra rompi, ataquei, matei todos aqueles que num gesto simbólico de cidanania continuavam anos após ano impossibilitando nesse país o abismo que nos separava de um futuro melhor.
Sem discurso e sorrateiramente as palavras adentraram o consciente coletivo da população e hoje posso falar abertamente sobre o assunto...

"O presente"

O presente massacra os homens da loja de brinquedo,
O presente marca com fobia o atraso do compromisso,
O presente atordoa frente à fumaça dos carros nessa metrópole,
O presente é um vago lembrete na memória política desse país,
O presente limita as crianças daquela escola ao mesmo saber,

o presente ignora nossa existência e transforma-nos em sombras,
o presente retrata nosso ser nas fichas hospitalares,
o prensente é um elemento fulgaz para um algo existir,
o presente é nosso maior inimigo,principalmente quando marca uma dúvida ,
O presente é marca de existência,
ou prisão daqueles que do futuro nada saberão?

sábado, 24 de outubro de 2009

o crime do amor

Em poucos dias roubou minha atenção,
Transformou meu ano em um só dia,
levou embora meus jogos de azar e de video game,
matou com veemência os contatos femininos do orkut,
encheu-me de cuidados,
afogou-me num rio de carinhos e atenção,
sequestrou minha alma,
Sua única arma é a paixão,
Não me pedirá jamais perdão,
Esse crime é passível de julgamento,
Mas fingir tal acontecimento
É esquecer que o amor não está numa prisão
Mas nos caminho que temos que percorrer
E por medo deixamos de viver !!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O marginalizado

As vozes cômodas da vizinhança,
Apagaram a chance de sobrevivência daquele menino,
As vozes caladas daquele menino,
Transformaram seus passos num homem obsoleto,
As tímidas esperanças de sua família
Levaram seu corpo para aquele córrego,

E já não corre o homem com seus sapatos roubados,
Já não sobrevive no aluguel atrasado
Foge a cada dia de si mesmo,
É procurado pelo tráfico de sua alma,

Assim, caminha hoje o homem nesse beco,
Estreito , escondido de si
Vendo refletir no muro sua vaga sombra
A única coisa viva de um marginal.

no ceiling

Curriculum Lattes

http://lattes.cnpq.br/2105539734848230