quinta-feira, 12 de julho de 2007

Homens Invisíveis

Homens invisíveis

Desaparece vosso passado e aos poucos consome vosso presente,
Vossa imagem defronte ao espelho esmaece em partículas indiferentes,
Vossos passos vagueiam e tão pouco entram em atrito com o solo,
Vosso ser se desfaz em grãos de areia jogadas ao vento,

São vossas últimas horas de visibilidade,
A memória mórbida enterrada à longevidade,
Quem és agora , quiçá imagem do hoje,

Vossas palavras, vossa construção,
Descontroem-se em multidimensões,
Eu não mais os vejo,
Eu não mais os ouço,

Um dia acordamos e nem de tua imagem lembramos,
Mas sabemos pelo menos o quanto ainda estão por aí!
Talvez observando nossa estupidez, nossa alienação,
Nosso pensar no futuro,
Nosso acreditar na vossa existência.

Desenuviar!!!!!

Desenuviar!!!!!


Eu caminho entre nuvens de palavras que ocultam a verdade de um caminho
Eu desenuvo entre palavras que caminham entre verdades ocultas
Eu entre palavras caminho entre verdades ocultas,
Não são as palavras, nem as nuvens;
São os caminhos que escolho
Desenuvem ocultas verdades
E mesmo assim caminho !!
E mesmo assim passam as nuvens!!!

“Desabafos de um político frustrado”.

“Desabafos de um político frustrado”.

-Quero deixar essa missiva cair aos seus pés
Para que a multidão receba
O infinito afago da justiça;


-Não deixarei mais usarem essas mãos
Para usurparem de um direito absoluto
Sobre linhas de trem
E construções definidas
Das megalópoles retorcidas de tanta imagem,

-Não quero mais a manutenção das horas e horários infinitos....
Deixarei os cargos em aberto,
E o silêncio dos espaços que nunca ocupei...

-Quero mais das frustrações burocráticas,
A burrocracia barata das lojas de consumo,
Os planos mistos dentro de uma política dividida
entre os momentos de tristeza e dor...........


As leis outorgadas desde então,
Deixarei aos povos de boa fé,
Como a noite brilha,
No badalar das horas,
Não mais escreverei páginas de um discurso ilógico....



Serei sincero comigo,
Levarei a alma à cachoeira mais próxima,
E deixarei nas águas
O que jamais tornarei a ser;

Se vos digo de boa fé
Então, julgue-me capaz
Não de vencer em eleitoreiras campanhas
Mas, de restabelecer a lembrança de um humano comum
Que em algum lugar do passado ficou
Haja vista todas as declarações :
- Tenho dito...........”

12/12/1992

Rosas a rezar

Rosas a rezar

Rosas são vermelhas,
Quando o sol escurece,
Tornam-se brancas ao nascer do dia,
Tornam-se flores ao viver,

Porém, é difícil entender,
Tal forte esplendor,
E com perfeita paciência,
Voltam a ser rosas.

O brilho penetra nos olhos
Que ficam cegos ao ver:
Rosa de Hiroshima,
Rosa artificial, sem ideal,
Provoca a morte ao tocar seu espinho.
Há paz na pétala de uma rosa,
Então transformam-se em bodas de prata,
Rosas brancas,

E quando a vida se vai,
Inúmeras cores e espécies, tomam seu caminho,
E apenas rosas tão vermelhas,

Fecham o jardim e olhos a rezar,
Desvendam a trajetória da vida
E o sol nasce pela última vez.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Caminhar

Perceber a existência
É dar passos na história,
corromper a memória,
repartir o pão da criatividade,


Perceber é caminhar em várias direções,
Caminhar é perceber outras emoções, reflexões,
Caminhar é destituir a censura torpe dos sentidos,
Caminhar é enterrar ideologias num mundo sem consciência,

Caminhamos, às vezes numa única direção,
entramos em conflito com outros eus,
Caminhamos, às vezes , sem motivo
O sopro que nos resta no coração,
Deve elevar à alma ao status de criação,

Caminhar sim,
Caminhar sem paradas,
Caminhar é o descanso da dignidade perdida,

Nessa manhã ,
senti o solo,
e o sol abriu essa estrada !

no ceiling

Curriculum Lattes

http://lattes.cnpq.br/2105539734848230